Nem os protocolos orientais esconderam a ansiedade dos executivos da Toyota em lançar seu primeiro compacto no Brasil. O Etios foi revelado nessa quarta-feira à imprensa brasileira, no Japão, ainda sob clima de mistério: pairam no ar as informações de potência e torque dos motores, opções de configurações e preços.Tudo para blindar a concorrência.
Mas pode esperar: o Etios, que começa a ser produzido na nova fábrica da Toyota em Sorocaba (SP), chega ao mercado em setembrpo, nas versões hatch e sedã. Para o hatch, serão oferecidos motores 1.3 e 1.5 flex, ambos 16V, enquanto o três volumes terá apenas o 1.5. Os dois, por enquanto, só serão oferecidos com câmbio manual de cinco marchas.
Para o hatch, a Toyota anuncia o VW Gol como rival direto, já que é o líder de mercado, além do Fiat Palio. Mas é o nome de outra fabricante que não sai da cabeça dos executivos. "Como vocês devem saber, a Hyundai vai lançar um novo carro no segundo semestre", comentou Isami Nishimura, responsável pelo projeto Etios, referindo-se ao compacto HB. Já o sedã enfrentará modelos como Logan, Fiat Siena e Chevrolet Cobalt. Os preços devem variar de R$ 33 mil a R$ 50 mil.
Não parece o modelo indiano?
Em relação ao design (que é melhor ao vivo) é praticamente o mesmo em relação ao Etios lançado no ano passado, na Índia. Mudaram detalhes sutis, como a grade do radiador, calotas, spoiler traseiro e alguns materiais, como o tecido dos bancos. Além disso, o hatch nacional obteve melhoria de 15% na rigidez torcional em relação ao indiano.
Acabamento
"Uau, é o Etios!". Essa foi a frase inspiradora do marketing da Toyota ao criar a campanha publicitária. Na nomenclatura do carro, a Toyota trocou o "i" do nome por um ponto de exclamação, com a intenção de surpreender os consumidores. Mas é bom recapitular: o Etios não é Corolla, nem carro premium. Foi feito para ser barato - e isso explica muita coisa, como a simplicidade no acabamento (mesmo considerando que as versões avaliadas eram de pré-série).
O plástico rígido das portas salta aos olhos. Algumas peças apresentam fragilidade, como a pequena aba que protege a entrada USB do sistema de som. O tecido dos bancos é simples, sem qualquer tipo de refinamento. Sem contar o porta-luvas que, apesar de ter capacidade para 13 litros, tem tampa muito grande, que atrapalha o movimento do braço até o fundo do compartimento.
Velocímetro e conta-giros ficam no centro do painel (e não atrás do volante), item que parece aparentar modernidade, mas desvia a atenção do motorista. E ali também há um display digital, quase imperceptível: a tela, que traz dados do hodômetro e tanque de combustível, é muito pequena, de difícil leitura.
Dirigibilidade
O contato com o Etios foi curto: apenas algumas voltas em um autódromo, em condições limitadas. Ainda assim, deu tempo de se encantar com a suspensão firme e a bom comportamento do carro em curvas. O carro é bem acertado, tem direção objetiva. Efeito das 16 válvulas, o motor demora um pouco para ganhar fôlego em algumas retomadas. O hatch em exibição tinha pneus 175/65 R14, enquanto o sedã 185/60 R15. Segundo a Toyota, oEtios hatch equipado com motor 1.3 acelera de zero a 100 km/h em 11,9 segundos (com etanol), e chega a fazer até 9,54 km/l na cidade.
Espaço
O sedã acomoda bem os passageiros e o espaço é bom, mesmo com três adultos sentados no banco de trás - há apenas dois encostos de cabeça laterais para eles. Mas os mais altos não batem a cabeça no teto e tem espaço livre para as pernas. O assoalho é quase plano, sem o túnel central, o que facilita a vida de quem viaja no meio. O Etios sedã tem capacidade para transportar até 595 litros no porta-malas, um dos melhores do segmento.
A fábrica de Sorocaba já está preparada para trabalhar com capacidade produtiva de 70 mil veículos por ano, número que a Toyota deseja atingir no primeiro ano completo de produção. Mas a empresa já tem licença ambiental para produzir 400 mil carros - além de hatch e sedã, a fábrica também pode servir para a chegada dos novos compactos derivados da plataforma B, como anunciou o vice-presidente da marca,Yukitoshi Funo, ao falar dos próximos oito modelos voltados aos países emergentes. fonte:http://revistaautoesporte.globo.com
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