segunda-feira, 23 de abril de 2012

Apenas 73 prefeitos mato-grossenses admitem tentar reeleição


Dos 113 prefeitos de Mato Grosso que têm direito à reeleição, 40 (35,4%) admitem abrir mão da disputa. A maioria alega que exercer mandato não é tão interessante como pensavam há 4 anos, principalmente por causa da falta de recursos, o que faz com que o número de concorrentes caia para 73.

A pesquisa foi feita em praticamente em todo o país pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que telefonou para os 113 prefeitos de Mato Grosso que podem pleitear novamente o cargo. Dos 5.563 gestores públicos, 3.302 (59,35%) podem concorrer a um novo mandato, mas 2.418 (73,13%) anteciparam que pretendem concorrer. Outros 500 (15,14%) avisaram que não concorrerão e 333 (18,88%) estão indecisos. Em 51 municípios não foi conseguido contato.

Segundo o presidente da CNM, Paulo Ziukolski, Rondônia é o Estado com o maior número proporcional de prefeitos disputando a reeleição, já que, dos 36 prefeitos, 32 já decidiram concorrer novamente e somente 2 indicaram que não participarão do pleito.

O número de prefeitos de Mato Grosso que têm direito à reeleição fica um pouco acima da média nacional: 80,15%, enquanto no país o índice é de 70%, o mesmo verificado no Estado nas eleições municipais de 2008 e que vem se repetindo desde os anos 90. Apenas 28 dos gestores mato-grossenses estão no segundo mandato e não podem pleitear mais 4 anos de gestão consecutiva. A favor dos que estão no exercício dos cargos estão a visibilidade das obras realizadas e a exposição que o cargo público traz.

A renovação poderia ser pequena principalmente porque políticos que começaram a se projetar conseguiram chegar aos cargos de prefeito em pelo menos 8 cidades após as últimas eleições municipais (2008). Eles foram eleitos através de pleitos suplementares onde os gestores foram cassados, como é o caso de Alto Boa Vista, Santo Antônio de Leverger, Tangará da Serra, Novo Horizonte do Norte, Araguaia, Ribeirão Cascalheira, Novo Mundo e Campos de Júlio.

Mesmo tendo poucos meses à frente dos municípios, os prefeitos eleitos fora de época têm a vantagem de ficarem conhecidos há pouco tempo junto ao eleitorado. Exemplo disso é o empresário Saturnino Masson (PSDB), eleito em outubro passado diante da cassação de Júlio César Ladeia (PR) e do vice José Jaconias (PT) por improbidade administrativa em Tangará da Serra.

Mesmo evitando admitir atualmente a pré-candidatura à reeleição, Saturnino Masson deverá fazer 2 campanhas em praticamente 1 ano. Ele foi o único eleito pela Câmara de Vereadores através de uma eleição indireta, pois a cassação dos antecessores ocorreu no segundo biênio do mandato. Nos demais casos, os atuais prefeitos foram eleitos diretamente pela população. Em Rondonópolis, o vereador Ananias Filho é cotado pelo PR para a eleição indireta que ocorrerá com a cassação de José Carlos do Pátio (PMDB) e também ganha força para outubro, apesar dos republicanos contarem com outros pré-candidatos.

A eleição nas maiores cidades de Mato Grosso poderá contar com os atuais prefeitos, como é o caso de Cuiabá, onde Chico Galindo (PTB) tem direito à reeleição, mas vem negando interesse no projeto. Já Tião da Zaeli (PSD), de Várzea Grande, e Túlio Fontes (DEM), de Cáceres, admitem publicamente interesse em mais uma gestão consecutiva.

Os prefeitos reeleitos não podem disputar novo mandato porque a Constituição Federal, no artigo 14, prevê que presidente da República, governadores de Estado e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos apenas para um único período subsequente.

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