sexta-feira, 6 de abril de 2012

8 ideias essenciais para uma velhice feliz Como viver esses 20 ou 30 anos a mais que ganhamos em relação às gerações passadas?


O que é que realmente acrescenta felicidade à velhice? Aquelas pequenas coisas que fazem toda diferença no dia a dia mas das quais nem sempre nos damos conta. O iG pediu à Léa Maria Reis, jornalista e autora do livro Novos Velhos, Viver e Envelhecer Bem, que acaba de ser lançado pela editora Rocco, algumas ideias bem práticas que de fato podem tornar essa fase da vida muito mais feliz!

A terceira idade já não é mais a mesma, faz tempo. Tendo algum dinheiro e saúde, qualquer velho tem ao seu alcance um leque de oportunidades antes impensável que inclui todo um pacote de serviços especializados para atenuar os desgastes do tempo no corpo e na mente e tratamentos médicos que prometem nos fazer chegar nas fronteiras longevidade humana.
Basta para ser feliz? A autora de “Novos Velhos” valoriza essas conquistas, é claro, mas avisa: “A velhice não é uma reta terminal”, as pessoas envelhecem no cotidiano e é no cotidiano que precisam estar inseridas as coisas que vão fazer diferença no bem-estar. A questão bem concreta é como vamos viver esses 20 ou 30 anos a mais que ganhamos em relação às gerações anteriores. Confira as ideias de Léa Maria Reis:

1. “Poder viajar sentado no ônibus. Mas antes: ter a garantia de que o ônibus vai parar no ponto em que você está, para apanhá-lo”, diz a jornalista. Leis que garantem a preferência de idosos, além de uma infraestrutura mais acolhedora, são fundamentais para manter a independência e a autonomia, são uma obrigação da sociedade, defende Léa.
2. Companhia é tudo, em qualquer fase da vida. Os filhos e netos moram longe? Então, a dica é “viva junto com seu bicho de estimação - cachorro, papagaio, passarinho, gato; quem for”. Animais dão complementaridade às relações humanas e têm a capacidade quase inesgotável de dar e receber afeto.
3. Outra chave para a autonomia é cultivar o prazer de cuidar da saúde. Ter condições para cuidar de si próprio é um banho de felicidade. A meta é conseguir “amarrar o cadarço do tênis com o pé no chão sem precisar cruzar a perna”, brinca Léa Maria. Para garantir um corpo forte e saudável, é fundamental cuidar da alimentação e manter atividades físicas que ajudem a desenvolver a flexibilidade, o equilíbrio e a força.
Foto: ThinkstockAmpliar
Cuidar dos netos é forma de manter corpo e mente ativos
4. “Equilibrar-se entre a ação - continuar trabalhando ou, pelo menos, produzindo - e a reflexão” é o jeito ideal de manter-se em contato com os outros e em contato consigo mesmo. E nem estamos falando de carteiras assinadas e contra-cheque no final do mês, atividades produtivas podem incluir desde trabalhos voluntários até tomar conta dos netos para que os pais possam trabalhar.
5. O novo idoso não é apenas uma nova força consumidora de produtos e serviços, mas é também capaz de ter projetos, de ocupar-se, de refletir sobre seu momento – e de extrair satisfação nisso. Por que não planejar uma viagem, uma aventura? Ou organizar um encontro romântico com o parceiro? Começar a escrever um blog, cultivar amigos nas redes sociais, falar com os netos via skype são algumas das inúmeras formas de enriquecer o cotidiano.
6. “Receber aumento digno, anual, da aposentadoria do INSS (eu disse do INSS) para poder comprar remédios e pagar o plano de saúde.” É uma conta difícil de fechar: a expectativa de vida cada vez maior faz com que o tempo de contribuição não seja suficiente para zerar o placar. “A dependência dos idosos pode ser reduzida por meio de políticas sociais. Uma delas é a reposição de renda – de Previdência e Assistência Social”, afirma Léa no livro.
7. O envelhecimento convoca a um balanço de experiências infindáveis: a transformação do corpo, a espiritualidade, o senso de realização, a autodescoberta. Mergulhar de cabeça nessas questões faz parte do autoconhecimento, mas é essencial um certo bom-humor. “Sentir do fundo do coração que a vida é uma história às vezes cômica, outras, dramática, mas quase sempre ridícula”, diz Léa.
8. O velho feliz é dono dos próprios espaços – principalmente os interiores. Léa recomenda “saber sair de cena com classe quando chegar o momento - o que não inclui a morte - para usufruir com calma a vida doméstica”.

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