domingo, 19 de fevereiro de 2012

Tecnologia em alta no ensino a distância

Felipe Rosa/Gazeta do Povo / Michelle fez sua pós-graduação a distância e aprendeu novos processos para reter conhecimento

O ensino a distância tem conquistado alunos por todo o país. As novas tecnologias, como os tablets, facilitam ainda mais o acesso à educação

magine um pequeno pacote sendo entregue em sua casa e, nele, todo o conteúdo que você precisa para a sua atualização profissional. Simples assim. Simples? Mas não estamos falando das antigas apostilas de cursos profissionalizantes, mas de modernas tecnologias que reúnem diversas mídias para permitir ao aluno uma maior interação com as informações e, assim, maior retenção e transformação das mesmas em conhecimento.

“O que deveremos ver nesse próximo ano são as instituições de ensino a distância investindo na aquisição de tablets para envio do conteúdo dos cursos de pós-graduação diretamente na casa do aluno”, conta Márcio Mugnol, conselheiro da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed) e diretor da rede de polos da Uninter. Segundo ele, essa tendência deve mudar o principal modelo de EAD no Brasil, que são os polos com aulas via televisão.
Critérios
Confira os pontos a observar na escolha de uma pós-graduação a distância:
1)Instituição deve ser credenciada no Ministério da Educação para a oferta de ensino a distância. Esse credenciamento pode ser verificado nos sites siead.mec.gov.br e emec.mec.gov.br 

2)Facilidade de contato com a instituição para eventuais dúvidas ou para resolver problemas. 

3)Corpo docente é o grande responsável pela qualidade do curso. 

4)Avaliação do material didático e como ele será disponibilizado ao aluno -- apenas virtual, impresso, por áudio, por exemplo. O Ministério da Educação exige que a instituição disponibilize esse material em três tipos de mídias. 

5)As provas devem ser feitas em polo da instituição. 

6)A defesa do trabalho de conclusão de curso também deve ser feita de forma presencial, no polo da instituição.
Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo / O coselheiro da Abed, Márcio Mugnol, avalia mudanças positivas para o ensino a distênciaAmpliar imagem
O coselheiro da Abed, Márcio Mugnol, avalia mudanças positivas para o ensino a distência
Porém, Mugnol reforça que há questões que as instituições que oferecem cursos de pós-graduação precisam cumprir, as exigências feitas pelo Ministério da Educação e pelas leis específicas. “É obrigatório que o aluno faça as provas e defenda sua monografia presencialmente, num polo da instituição”, esclarece.
O que não é obrigatório são as aulas nos polos, por isso, o acesso por dispositivos como os tablets, ou mesmo por ambientes virtuais, via internet. “Assim, se a instituição não tiver polo na cidade terá que informar ao aluno onde ele fará as provas e a apresentação do trabalho de conclusão de curso.”
É a partir dessas evoluções tecnológicas que é percebido um significativo aumento das matrículas nos cursos de ensino a distância entre 2009 (528.320 estudante) e 2010 (2.261.921). Esses são dados do Censo EAD 2010 da ABED e englobam todos os tipos de cursos de ensino a distância ofertados no Brasil – desde os autorizados pelo MEC aos treinamentos in company.
“Não existe um levantamento oficial, mas estima-se que os cursos de pós-graduação lato sensu correspondam a 40% das matrículas dos cursos de EAD. Existe uma grande demanda reprimida e as instituições ofertam uma extensa relação de cursos abrangendo áreas novas, o que impulsiona o aquecimento do mercado. O tempo de duração e os valores das mensalidades são outros atrativos de destaque”, avalia Mugnol.
Escolha pela praticidade
Para Michelle Lourenceto Csiszer, bibliotecária atuando na área de educação, a escolha pela pós-graduação a distância foi um caminho natural para atender suas necessidades. “Na época, eu trabalhava os três períodos e não tinha como participar de aulas presenciais”, conta. Optou pela pós de Gerenciamento de Projetos (PNI). “Não conhecia o sistema de ensino a distância e observei alguns pontos, como o reconhecimento da instituição no mercado. Eles me informaram como seriam os procedimentos e fiz todo o curso pela web.”
A bibliotecária conta que no início tinha uma visão distorcida, que seria fácil, justamente pela liberdade do acesso aos materiais e aos conteúdos. “Mas, como não era muito organizada, comecei a perceber que se não me empenhasse, não daria certo. Precisei me organizar e me dedicar”, relembra. “A instituição deu todo o suporte e nunca tive problemas.”
Michelle conta que as avaliações não eram apenas as presenciais, mas de participação nas aulas e de acesso aos conteúdos. “Achei muito válida a experiência, poder acessar o conteúdo de qualquer lugar, além de me ajudar na minha organização. Foi uma pós que não deixou nada a desejar a uma presencial”, confirma.

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