sábado, 11 de fevereiro de 2012

Por que amamentar? Existe leite fraco?

Este é um questionamento que povoa as mentes das mães, sejam elas de primeira viagem ou até as mais experientes. Impregnadas dos mitos e tabus e sem esclarecimentos, elas acabam acreditando que o seu leite é “ralo” ou insuficiente. Digo então que não existe leite materno fraco. Cada mãe produz o leite na quantidade certa que seu bebê precisa.

É certo que nos primeiros dias após o parto ocorre um período de adaptação, em que o organismo da mulher passa por um processo de regulação da quantidade deste leite. Ao mesmo tempo, o bebê, anteriormente dentro da barriga, onde não fazia esforço algum, agora tem que aprender a sugar e a regular a temperatura de seu corpo com o da mãe. Sendo assim, algumas intercorrências surgem, mas, com o tempo, a rotina torna-se suave.

O mito de que o leite é fraco provavelmente apareceu com a dificuldade de algumas mães em oferecer o peito ao bebê. Ocorre quando a “pega” não é adequada. O bebê deve abocanhar toda a auréola do seio para que o leite saia na quantidade adequada. Isso torna a amamentação mais confortável, pois quando o bebê suga somente o bico, causa ferimentos na mãe.


O primeiro leite materno, aquele que dura até as primeiras 24 horas depois do parto, é realmente mais amarelado e grosso. É chamado de colostro, rico em anticorpos para aumentar as defesas do organismo do bebê. É um leite muito especial, uma verdadeira “vacina”. O colostro limpa o intestino ajudando a evacuar o mecônio, uma substância esverdeada que se acumula desde antes do nascimento. As primeiras fezes do bebê.

Nos dois ou três dias após o parto, o leite materno torna-se mais claro e aquoso, o que não significa que seja fraco. Ele contém grande quantidade de água, que mata a sede do bebê. É por isso que a mãe não precisa oferecer água nem chá entre as mamadas. Ao final da amamentação o leite tende a se tornar mais denso e cremoso. Nesta etapa está rico em gordura, por isso é necessário que a mãe ofereça a mama até que ela se esvazie por completo para, só então, oferecer a outra. Caso o bebê não consuma todo o leite do outro seio, é porque já está satisfeito. A mãe, então, precisa fazer a ordenha manual até que a segunda mama também se esvazie.

O leite materno deve ser oferecido mais vezes durante o dia, pois sua digestão é fácil, o que faz com que o bebê sinta mais fome. Nos primeiros seis meses de vida ele pode mamar o quanto quiser. A mãe só precisa observar o tempo da mamada, que não deve ser muito prolongado. Nestes casos, o abocanhamento do seio pode estar incorreto ou a criança pode estar fazendo o peito de chupeta.

A mãe deve ficar atenta às informações, não acreditar em tudo que falam e dirimir suas dúvidas com um especialista. Alguns mitos fazem parte de nosso cotidiano e devem ser esclarecidos. Pense sempre nas inúmeras vantagens em amamentar seu bebê, dentre elas o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho. Além disso, é econômico, prático e não exige mão de obra no preparo. Também é higiênico, levando em consideração que as mamadeiras podem sofrer contaminação. A sucção ainda favorece o desenvolvimento da maxila e da mandíbula. Outra vantagem é contrair o útero materno, fazendo com que ele volte ao normal mais rapidamente e ainda reduzir a possibilidade de câncer de mama.

Amamentar vale a pena. É um ato de amor.

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